
4.5 Capacidade Instalada
Em termos absolutos, os cinco maiores produtores de energia hidrelétrica
no mundo são Canadá, China, Brasil, Estados Unidos e
Rússia, respectivamente, conforme ilustrado na Figura 4.8.
Em 2001, esses países foram responsáveis por quase 50%
de toda a produção mundial de energia hidrelétrica
(AIE, 2003).
Pouco menos de 60% da capacidade hidrelétrica instalada
no Brasil está na Bacia do Rio Paraná. Outras bacias
importantes são a do São Francisco e a do Tocantins,
com 16% e 12%, respectivamente, da capacidade instalada no País.
As bacias com menor potência instalada são as do Atlântico
Norte/Nordeste e Amazonas, que somam apenas 1,5% da capacidade instalada
no Brasil (Tabela 4.3).
Na Bacia do Paraná, destacam-se as sub-bacias 60 (Rio Paranaíba),
61 (Grande), 64 (Paranapanema) e 65 (Iguaçu), com índices
que variam de 10,1% a 13,2% da capacidade instalada no País
(Tabela 4.4). Na Bacia do São Francisco, destaca-se a sub-bacia
49 (rios São Francisco, Moxotó e outros), onde estão
localizadas as usinas hidrelétricas de Xingó e Paulo
Afonso IV, que somam juntas 5.460 MW de potência instalada.
Na Bacia do Tocantins, destaca-se a sub-bacia 29, onde se localiza
a Usina Hidrelétrica de Tucuruí, cuja capacidade instalada
poderá ser duplicada num futuro próximo. Uma ilustração
da capacidade instalada em aproveitamentos hidrelétricos
por sub-bacia hidrográfica é apresentada na Figura
4.9.
FIGURA 4.8 |
Capacidade instalada em
usinas hidrelétricas no mundo - 1999 |

Fonte: THE INTERNATIONAL JOURNAL ON HYDROPOWER & DAMS - IJHD.
World Atlas & Industry Guide. 2000.
TABELA 4.3 |
Capacidade instalada por
bacia hidrográfica (MW) - situação em março
de 2003 |
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Fonte: Eletrobrás, 2003.
TABELA 4.4 |
Capacidade instalada por
sub-bacia hidrográfica (MW) - situação
em março de 2003 |
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Fonte: CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS - ELETROBRAS. Sistema
de informação do potencial hidrelétrico brasileiro
- SIPOT. Rio de Janeiro, abr. 2003.
FIGURA 4.9 |
Capacidade instalada por
sub-bacia hidrográfica - situação em março
de 2003 |

Fonte: CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS - ELETROBRAS. Sistema
de informação do potencial hidrelétrico brasileiro
- SIPOT. Rio de Janeiro, abr. 2003.
Nota: Os números correspondem aos códigos das sub-bacias,
como indicado na Tabela 4.4.
Em termos de esgotamento dos potenciais, verifica-se que as bacias
mais saturadas são a do Paraná e a do São Francisco,
com índices de aproveitamento (razão entre potencial
aproveitado e potencial existente) de 64,5% e 39,2%, respectivamente
(Tabela 4.5). As menores taxas de aproveitamento são verificadas
nas bacias do Amazonas e Atlântico Norte/Nordeste. Em nível
nacional, cerca de 25,6% do potencial hidrelétrico estimado
já foi aproveitado. Em relação ao potencial
inventariado, essa proporção aumenta para 37,3%. A
Figura 4.10 ilustra os índices de aproveitamento dos potenciais
hidráulicos brasileiros por sub-bacia hidrográfica.
TABELA 4.5 |
Índices de aproveitamento
por bacia - situação em março de 2003 |
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Fonte: CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS - ELETROBRAS. Sistema
de informação do potencial hidrelétrico brasileiro
- SIPOT. Rio de Janeiro, abr. 2003.
FIGURA 4.10 |
Índice de aproveitamento do potencial hidrelétrico
brasileiro - situação em março de 2003
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Fonte: CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS - ELETROBRAS. Sistema
de informação do potencial hidrelétrico brasileiro
- SIPOT. Rio de Janeiro, abr. 2003.
Nota: Os números correspondem aos códigos das sub-bacias,
como indicado na Tabela 4.4.
Os baixos índices de aproveitamento da Bacia do Amazonas
são devidos ao relevo predominante da região (planícies),
à sua grande diversidade biológica e à distância
dos principais centros consumidores de energia. Já na região
centro-sul do País, o desenvolvimento econômico muito
mais acelerado e o relevo predominante (planaltos) levaram a um
maior aproveitamento dos seus potenciais hidráulicos. Mas,
o processo de interiorização do País e o próprio
esgotamento dos melhores potenciais das regiões Sul e Sudeste
tem requerido um maior aproveitamento hidráulico em regiões
mais remotas e economicamente menos desenvolvidas.
Na primeira metade do século XX, a grande maioria dos projetos
hidrelétricos foi instalada na Região Sudeste. No
período de 1945 a 1970, os empreendimentos se espalharam
mais em direção ao Sul e ao Nordeste, com destaque
para os Estados do Paraná e de Minas Gerais. Entre 1970 e
meados dos anos 1980, espalharam-se por diversas regiões
do País, graças ao aprimoramento de tecnologias de
transmissão de energia elétrica em grandes blocos
e distâncias. Nesse mesmo período, verificou-se também
uma forte concentração de projetos na zona de transição
entre as regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde estão
duas importantes sub-bacias do Paraná (Grande e Paranaíba).
Mais recentemente, têm-se destacado as regiões Norte
e Centro-Oeste, principalmente o Estado de Mato Grosso.
A Figura 4.11 ilustra melhor a evolução da concentração
dos empreendimentos hidrelétricos no País. Como se
observa, até 1950, as usinas estavam concentradas próximas
ao litoral, entre os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro
e Minas Gerais. Atualmente, há uma dispersão mais
acentuada, cujo centro de massa está localizado entre os
Estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e
Goiás.
FIGURA 4.11 |
Evolução da concentração das
usinas hidrelétricas no Brasil (1950 e 2000)
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